segunda-feira, 9 de novembro de 2009

LIBRAS

Após assistir ao filme fiz minhas reflexões a respeito do mesmo. O filme “O menino Selvagem” relata a história de um menino que viveu aproximadamente dez anos isolado do convívio social e sem contato com pessoas, este desenvolveu hábitos e costumes próprio do meio em que vivia que era com os animais, no meio da floresta.
Sabemos que as pessoas são de certo modo influenciaveis pelo meio em que vivem, porém cada um é um ser impar, com sua maneira de agir, pensar, e com suas experiências.
Victor quando deixou a floresta e começou a conviver com as pessoas ditas “civilizadas” atravancou por muitos conflitos e sofrimento. Passou a ser alvo de chacota e de desprezo por muitos e também se tornou um mero objeto de estudo por outros. No colégio de surdos-mudos para onde foi levado, ele passou por muitos constrangimentos, e maus tratos, porém o médico Jean Itard acaba levando-o para casa, onde com a ajuda de sua governante acredita que pode reeducá-lo e torná-lo sociável.
Em muitos momentos de ensinamentos Itard insistia tanto com Victor que acabava ultrapassando e desrespeitando seus limites, mas sempre na intenção de defender o que acreditava, que Victor era capaz de aprender e de readaptar ao novo meio.
Podemos relacionar a história de Victor com a dos surdos, onde ambas sofreram para se adaptar com o meio. Sabemos que a trajetória da cultura surda condiz com toda essa falta de respeito e de direitos às condições de vida, as pessoas surdas, que ao longo de muitos anos e de muita luta foram adquirindo respeito devido à busca por uma adaptação à sociedade e também um espaço dentro desta, sendo isso colocado em prática através de pesquisas, estudos e adaptações de pessoas com este tipo de dificuldade, para fim de que fossem aceitas conforme suas condições especiais.
Hoje, percebe-se uma maior preocupação com a inclusão de pessoas dentro da sociedade, mas isso foi ganhando força na medida em que estudiosos como Jean Marc Itard, que estudou o caso do menino selvagem e que tentou readaptá-lo a sociedade, foram questionando as dificuldades de pessoas como Victor, o menino do filme. Mas o que se percebe também foi que ao longo dos anos essa preocupação também ganhou força pela busca de direito destas pessoas através de indivíduos que tiveram relação com pessoas que tiveram familiares, amigos ou pessoas próximas com esse tipo de dificuldade, questionando o porquê de terem de aceitar esse tipo de discriminação dentro da sociedade.
Tanto os surdos quanto outras pessoas que apresentam alguma necessidade educativa especial, merecem ser tratados com respeito e como indivíduos iguais perante os outros, merecem ter seus direitos assegurados na sociedade e nas escolas como qualquer outro cidadão, e para que isso seja eficaz, devemos principalmente nós educadores ter mais responsabilidade, capacidade e por em prática todo esse lado de cidadania que todos merecem e tem direito, e também não podemos esquecer-nos de cobrar das autoridades ações políticas de qualidade voltadas para todos os cidadãos.

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