domingo, 27 de setembro de 2009

Educação de Jovens e Adultos

O modelo de educação proposto por Paulo Freire se diferencia da educação tradicional, pois abomina dentre outras coisas a dependência dominadora, que inclui dentre outras a relação de dominação do educador sobre o educando.
Na ação educativa libertadora, existe uma relação de troca horizontal entre educador e educando exigindo-se nesta troca, atitude de transformação da realidade conhecida. É por isso, que a educação libertadora é acima de tudo uma educação conscientizadora, na medida em que além de conhecer a realidade, busca transformá-la, ou seja, tanto o educador quanto o educando aprofundam seus conhecimentos em torno do mesmo objeto cognoscível para poder intervir sobre ele.
Percebe-se que neste sentido, quanto mais se articula o conhecimento frente ao mundo, mais os educandos se sentirão desafiados a buscar respostas, e conseqüentemente quanto mais incitados, mais serão levados a um estado de consciência crítica e transformadora frente à realidade. Esta relação dialética é cada vez mais incorporada na medida em que, educadores e educandos se fazem sujeitos do seu processo.
Segundo meu entendimento compreendi que lendo o mundo, criticamente, eles se reconhecerão sujeitos, seres humanos possuidores de um grande potencial de construção e de transformação desse mundo social materializado, coisificado, desumanizado e discriminador, cujos interesses econômicos estão por cima dos valores éticos e espirituais, enfatizando o ter sobre o ser e construindo uma visão de mundo que, ao impor-se como ideologia, transforma as pessoas em seres excluídos e marginalizados ou, simplesmente, em máquinas produtivas sem direito a ter vez e voz.
A nossa responsabilidade como educadores(as), como cidadãos e cidadãs esclarecidos(as), detentores de uma grande parcela do saber cientificamente organizado, é abrir o caminho para que os excluídos possam ser incluídos no processo de transformação social, tendo em vista uma melhoria de vida individual e coletiva. Isto só será possível se os agentes educativos, decidirem agir com ousadia e assumir o compromisso de fazer a integração do saber popular com o saber científico, alicerçando a ação educadora, a partir da alfabetização, no processo de transformação do sujeito para “empoderar-se” dos seus direitos e deveres.