sábado, 13 de novembro de 2010

EIXO IX

Meu trabalho como educadora iniciou-se por volta de dez anos. Sempre preocupada com as aprendizagens de meus alunos, busquei todo o tempo desenvolver uma prática voltada para a construção do conhecimento.
Mesmo assim, não estava satisfeita, não via à escola, da forma como ela se apresentava, a melhor maneira de desenvolver as potencialidades que acreditava que meus alunos tinham.
Ao participar da faculdade de Pedagogia, de programas de formação, aprofundamento nas leituras e trocando experiências com outros profissionais, tive a oportunidade de conhecer uma nova metodologia de trabalho. Entendi que a minha prática pedagógica estava ultrapassada, e com o passar do tempo, são exigidas novas habilidades e competências do professor, no sentido de propiciar condições para que o aluno construa e/ou reconstrua conhecimento com qualidade.
Nesta minha caminhada tenho buscado afirmação de meu papel, tentando estabelecer uma relação prazerosa entre o conhecimento e a escola. Para tanto, percebi que preciso, diante de mudanças, fundamentar-me e avaliar-me como aprendiz e, principalmente, mudar meus esquemas de aprendizagem para poder posicionar-me de outra forma e acompanhar, em minha práxis, os desafios e a complexidade que o meu ambiente exige.
Foi justamente na aula da professora Marie Jane, no eixo V do Seminário Integrador, que a mesma expos que nós professores deveríamos trabalhar a partir das perguntas, curiosidades dos alunos, dando voz e mais autonomia ao educando. Confesso que fiquei naquele momento pensando como seria trabalhar a partir das curiosidades dos alunos, imaginei como eu iria conduzir a aula, onde várias perguntas iriam surgir. Também neste momento fiquei imaginando os conteúdos, como eu poderia deixar de seguir aquela listagem previamente determinada. Foi neste momento que pedi licença para questioná-la, perguntando como poderia ocorrer uma prática baseada nas curiosidades dos alunos e como era possível conduzir a aula. Lembro que também fiz muitas críticas às colegas a respeito do que a professora havia falado, dizendo que era impossível uma aula com este propósito dar certo.
Foi durante a prática do estágio obrigatório, que me vi instigada, novamente pela professora orientadora, a aplicar a nova metodologia, tantas vezes estudada e debatida no curso.
O presente trabalho de tcc apresenta o tema A Prática de Projetos de Aprendizagem aliadas as TICs. Este tema se justifica pela importância de sua contribuição na aprendizagem dos alunos, evidenciada na minha caminhada acadêmica. Esta sugestão de trabalhar com Projeto de aprendizagem veio ao encontro do meu fazer pedagógico em sala de aula, evidenciando-se na prática de estágio.
Como professora, necessitava estar sempre buscando novos conhecimentos. Sentia que ainda tinha muito a aprender e dessa forma surgiu o questionamento: Como novas aprendizagens seriam construídas com os alunos do 4º ano das séries iniciais do Ensino Fundamental por meio de projetos de aprendizagem aliados as TICs?
Frente a esta problematização, considero o uso das tecnologias como um aliado ao processo do fazer pedagógico. Ao desenvolvê-lo com meus alunos, senti-me desafiada a não ser mais a detentora do conhecimento, mas sim, acompanhar e mediar a construção de suas aprendizagens, passando de meros expectadores para protagonista de suas experiências.
Para apoiar meus estudos, usei como referencial teórico Léa Fagundes. Fagundes (2007) argumenta que pensar em Projetos de Aprendizagem é acreditar em uma concepção de ensino diferente da atual na escola tradicional.

REPENSANDO O ESTÁGIO NO EIXO VIII

De todos os obstáculos durante o estágio obrigatório nas séries iniciais, realizado no Instituto Estadual de Educação Maria Angelina Maggi o que mais me intrigou foi à questão de iniciar o Projeto de Aprendizagem.
Confesso que achei muito difícil iniciá-lo, até porque era uma proposta inovadora e desafiadora. Não sabia por onde, e após inicial a cada nova etapa que surgia também era um desconforto, uma inquietação, uma angustia que teve fim no momento que recebi a visita da professora Marie Jane onde me orientou, onde pude esclarecer melhor minhas dúvidas quanto o desenvolvimento do Projeto. Quanto as aprendizagens que o Projeto de Aprendizagem proporcionaram tanto para mim como para os alunos foi de muita troca, pois o mesmo proporciona um ambiente de trocas de experiência e construção de conhecimentos, é uma ótima ferramenta onde abre um grande leque para trabalhar variados conteúdos. Os conteúdos vão surgindo conforme os PA vão sendo construídos, conforme as descobertas e pesquisas que os alunos vão realizando e descobrindo perante o tema escolhido. Neste momento também percebi que quando damos voz para nossos alunos, as nossas aulas tomam rumos diferentes, trazem novas perspectivas para nosso trabalho pedagógico. Portanto a interação entre os alunos passa a ser um ato solidário, enquanto cooperativo. Um campo de trocas onde cada um ao portar e incluir os seus conhecimentos prévios trazidos de suas vivencias, e que está fora dos muros da escola, resgatando-os ao inseri-los enquanto conteúdo com o qual se identificam.
Assim, desta maneira a proposta é inovadora, se observar que: “A educação autêntica, repitamos, não se faz de A para B ou de A sobre B, mas de A com B, midiatizados pelo mundo. Mundo que impressiona e desafia a uns e a outros, originando visões ou pontos de vista sobre ele. Visões impregnadas de anseios, de dúvidas, de esperanças ou desesperanças que implicam temas significativos, à base dos quais se constituirá o conteúdo programático da educação” ( FREIRE, Paulo, em Pedagogia do Oprimido, pg.84). Portanto, após o termino do tcc, posso concluir que trabalhar com Projetos de Aprendizagem foi realmente um trabalho muito significante e gratificante para mim como professora que sempre esta em busca de novas metodologias de trabalho para desenvolver e oferecer para meus alunos uma aprendizagem que faça significado para sua vida.

EIXO VII

Visitando o eixo 7, priorizei Didática, Planejamento, Avaliação, tendo como foco principal Pedagogia de Projetos, pois veio ao encontro do assunto em destaque na construção do tcc, que é A Prática de Projetos de Aprendizagem Aliadas as TICs.
Na leitura que fiz detalhada do texto, Os projetos de trabalho: uma forma de organizar os conhecimentos escolares de HERNÁNDEZ , umas das principais diferenças entre os Projetos de Trabalho e Projetos de Aprendizagem é que no desenvolvimento dos PA por parte dos educando desfrutam a tecnologia como aliado no processo da construção do conhecimento.
A origem da palavra projeto deriva do latim “projectus”, que significa algo lançado para frente. Apesar de todo significado proferido pelos dicionários da Língua Portuguesa, o que interessa neste trabalho é o sentido que se tem conseguido captar através da ação com o Projeto de Aprendizagem. Ele é uma proposta nova. Segundo Léa.

Quando o aprendiz é desafiado a questionar, quando ele se perturba e necessita pensar para expressar suas dúvidas, quando lhe é permitido formular questões que tenham significação para ele, emergindo de sua história de vida, de seus interesses, seus valores e condições pessoais, passa a desenvolver a competência para formular e equacionar problemas. Quem consegue formular com clareza um problema, a ser resolvido, começa a aprender a definir as direções de sua atividade (FAGUNDES; MAÇADA; SATO, 1999 p. 16),

Os Projetos de Aprendizagem tornam-se significativos no momento em que a teoria e a prática se articulam através de um trabalho investigativo, coletivo, cooperativo, colaborativo e construtivo, que viabiliza a construção do conhecimento do educando, tornando assim seu trabalho mais produtivo, tendo como recurso o uso do computador, como fonte de pesquisa e trocas de experiência e aprendizagem conectado a Internet.
Fagundes (2007) argumenta que pensar em Projetos de Aprendizagem é acreditar em uma concepção de ensino diferente da atual na escola tradicional. Salienta que há diferenças entre o trabalho com Projeto de Ensino e com Projeto de Aprendizagem (PA). No Projeto de Ensino o professor que conduz o ensino, o tema a ser estudado, seguindo os conteúdos programáticos das disciplinas que constam no currículo da escola. No Projeto de Aprendizagem, os alunos que decidem o que querem aprender e investigar conforme suas curiosidades, se querem trabalhar em grupo ou individual. O professor passa a desenvolver um papel de mediador da aprendizagem, as decisões são tomadas coletivamente ao longo do processo. Os conteúdos surgem conforme os Projetos de Aprendizagem vão sendo conduzidos e construídos.


HERNÁNDEZ, Fernando; MONTSERRAT, Ventura. Os projetos de trabalho: uma forma de organizar os conhecimentos escolares. In: _____. A organização do currículo por Projetos de Trabalho. 5ª edição, Porto Alegre: Artmed, 1998.

domingo, 24 de outubro de 2010

EIXO 6

Após, uma visita detalhada no eixo 6, fiquei me questionando sobre o ensino para pessoas com necessidades especiais através de PA. Lendo o texto Práticas educativas: Perspectiva que se abrem para a Educação Especial, Anna Maria Lunardi Padilha, onde me foquei principalmente no que diz respeito “as práticas educativas” Vigotski chama de “novo ponto de vista” o que podemos chamar de “um novo olhar”, este se refere para as limitações e possibilidades dos deficientes. Neste contexto a escola especial precisa estar preparada quanto à sua concepção de sujeito, de mundo, de sociedade, de deficiência, de desenvolvimento e aprendizagem, para poder conhecer mais e melhor sobre as características das crianças e jovens que nela circulam. Como estou construindo meu TCC com tema UM NOVO OLHAR SOBRE UMA PRÁTICA EM SALA DE AULA, fiz um gancho entre os dois textos no que se refere a prática pedagógica. Para Souza, prática pedagógica deve ter relação com a vivência social, partindo de um contexto maior – não apenas na esfera escolar-que ao produzir aprendizagem desenvolve a ação política, como também pode ser aquela em que são oferecidas atividades que levem a transformação com o despejo de conteúdos a serem cumpridos. Tentando compreender ambos, é possível sim também desenvolver uma prática baseada nos projetos de aprendizagem, porém, o professor tem que levar em conta estes aspectos fundamentais para que tanto a escola como sua prática andem juntos, alinhados com os mesmos propósitos e objetivos, assim o professor desenvolverá uma prática baseado nas curiosidades dos alunos.

PROJETOS DE APRENDIZAGEM



Visitando o eixo 5, novamente a interdisciplina “seminário integrador” veio me trazer boas lembranças e contribuir muito para refletir sobre minha prática pedagógica que é o foco principal do tcc.
Quando fomos motivados a escolher e desenvolver um projeto de aprendizagem, lembro que este não se mostrava assim tão motivador e fácil de desenvolver, tudo era difícil e muito e complicado. No inicio de meu estágio não foi diferente, tinha medo de me lançar ao novo, achei muito complicado e desafiador trabalhar com os PA, porém, depois de muita conversa e incentivo da supervisora dei inicio aos PA com minha turma. Hoje percebo que valeu a pena estudar e me desfiar ao novo.
Assim, no eixo V surgiu algo muito interessante para nós: a pesquisa.
Por meio dela vamos percebendo a importância da descoberta do que está a nossa volta e que muitas vezes não percebemos e nem conhecemos sua história.
Ir em busca da nossa curiosidade, e trabalhar com esta metodologia com nossos alunos, dando voz as suas perguntas, descobrindo algo que realmente queremos e nos envolve, é o ponto de partida de uma pesquisa, tanto para nós, alunas/professoras como para nosso educando. Descobrir como se faz PA também foi assim, uma pesquisa, uma descoberta...um desafio...hoje no meu TCC, mais específico no que estou escrevendo, UM NOVO OLHAR SOBRE UMA PRÁTICA EM SALA DE AULA
tento explicar esta prática vivenciada por mim, baseada em arquiteturas pedagógicas, pois “as arquiteturas pressupõem aprendizes protagonistas” (CARVALHO, Marie Jane Soares [et al]).
Assim fui vivenciando ao longo do curso uma experiência onde me tornei uma estudante protagonista, capaz de refletir sobre a minha prática. Também fui capaz de permitir aos meus alunos experiências onde eles foram os construtores de suas aprendizagens, hoje relatado com ênfase no meu TCC.

Referência:
CARVALHO, Marie Jane Soares; NEVADO, Rosane Aragon de; MENEZES, Crediné Silva de. Arquiteturas pedagógicas para educação à distância.

sábado, 9 de outubro de 2010

EIXO 4

Neste eixo 4 dei uma observada em todas as disciplinas, sei que todas foram muito importante para meu crescimento profissional, mas posso afirmar que uso mais na em minha prática é a disciplina de Matemática. Porém, a que mais foquei e que contribuiu para minhas aulas e no estágio, foi o desafio de fazer “ perguntas” proposto pelo Seminário Integrador neste semestre IV. Lembro como se fosse hoje, a professora Marie Jane fazendo colocações sobre nós fazer o uso desta prática, confesso que no momento achei quase impossível. Contudo, foi por esta atividade que hoje escrevo meu TCC e posso comparar duas práticas: uma antes e outra depois de desenvolver Projetos de Aprendizagem com meus alunos. Lembro o quanto foi difícil perguntar, e mais ainda permitir que meus alunos perguntassem. Relembrando as “perguntas inteligentes” estudadas lá neste Eixo e muito bem abordadas por Beatriz C. Magdalena e Iris Elisabeth Tempel Costa, autoras importantes nas reflexões que fiz no meu estágio depois que optei pela prática de PAs.
Cabe a nós professor incentivá-los a raciocinar, através de questionamentos variados, pois o aluno precisa transitar livremente, pelos seus pensamentos, para compreender as relações externas do seu mundo e do mundo que o cerca. Por isso a necessidade de abrir espaço para perguntas aos nossos alunos, desfiando-os a pensar, construir hipóteses e alimentando seus interesses e curiosidades. Como disse Rubem Alves "É fácil obrigar o aluno a ir à escola. O difícil é convencê-lo a aprender aquilo que ele não quer aprender.”
Estas atividades a cerca das “perguntas” abriram caminhos para uma prática diferenciada. Consegui perceber o real objetivo que um professor deve ter com seus alunos. A construção do conhecimento deve ser o foco principal, partindo de interesses comuns aos alunos. Abrir espaço para que os alunos possam perguntar questionar, lançar desafios, possibilita uma prática voltada à pesquisa de assuntos de seus interesses, fazendo com que conseguimos trabalhar diversas áreas do conhecimento em um mesmo assunto, pois sabemos que tudo está interligado e que um conhecimento leva a outro.
Ao professor cabe a tarefa de mediar esta construção, pois apresentamos condições de termos um olhar sobre o todo. Devemos orientar os alunos sobre os caminhos que podem percorrer na construção de conhecimentos, evitando que o aluno se perca em seus objetivos.
. Depois de muito estudo, experiências e reflexões de minha prática é que posso afirmar que “só buscamos respostas quando temos uma pergunta, só procuramos alguma coisa quando sentimos necessidade e temos uma idéia acerca do que queremos encontrar”. ( MAGDALENA e COSTA, 2003).
Hoje meus alunos perguntam, questionam e duvidam mais, e por isso a produção escrita e a leitura também é muito maior, e os objetivos vão sendo alcançados por meio de uma única questão que dá início a uma série de descobertas.

EIXO 3 2010/2

Estive visitando o eixo 3, e relembrando alguns aspectos abordados neste semestre, destaco aqui a interdisciplina “Ludicidade e Educação”.
Durante todos estes anos de atividade docente, inclusive no meu estágio sempre me preocupei com o brincar na sala de aula, pois muitas vezes nestas atividades é que os alunos se envolvem e provam que são capazes.
Segundo a psicopedagoga Tânia Ramos Fortuna “Uma das característica da ludicidade é exatamente o quanto ela nos conecta conosco e com o mundo, pintando com tons a importância a tudo o que nos cerca.
O brincar é fundamental para o desenvolvimento do ser humano. Por intermédio da relação com o brinquedo, a criança desenvolve a afetividade, a criatividade, a capacidade de raciocínio e o entendimento com o mundo.
Neste contexto é fundamental que a professora proporcione atividades lúdicas aos seus alunos, por que mais do que ser uma atividade espontânea e natural, o brincar favorece o desenvolvimento e a aprendizagem a pessoa que brinca.
Como disse Tânia Fortuna “uma aula lúdica, que consegue estabelecer um clima de desafio, de surpresa e mistério para quem aprende e para quem ensina, é uma aula que contribui para a aprendizagem afetiva deste aluno.”
É de suma importância que o professor proporcione a utilização das brincadeiras e dos jogos no processo pedagógico, pois os conteúdos podem ser trabalhados por intermédio de atividades lúdicas contribuindo, dessa forma, para o crescimento da criança, de forma prazerosa e criativa, numa proporção que tornara estes momentos mais significativos para sua vida.
No meu TCC o que quero mostrar é puramente esta prática diferenciada, baseada na concepção de que os alunos podem aprender de maneira autônoma, partindo de seu interesse e contextualizando conceitos escolares num mundo de brincadeira e imaginação que lhes pertence. Um exemplo bem real são as atividades de matemática, que uma vez transformadas em jogos, todos alcançam objetivos de forma “natural”, e a aprendizagem é uma construção verdadeira.